terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Assim é ela...

Nada nela é diminuto, sutil ou medíocre. É grande, extravagante, exagerado. Palavras não lhe são suficientes, costuma complementá-las com gestos longos e contínuos, cadenciados de acordo com o ritmo e o tom de voz que a conversa impõe. O sorriso, o espirro, a tosse, o pigarro, nada nela é contido. Tudo soa como se saísse expulso aos pontapés.

Quando sofre, entrega-se. Recolhe-se em um canto minúsculo criado por ela mesma ainda na infância, um lugar onde os movimentos ficam restritos, o pensamento acelera e todas as lágrimas são absorvidas para logo depois se tornarem minúsculas partículas de nuvens. Nuvens que a protegem de outros males que venham a lhe atraiçoar e logo em seguida se precipitam em novos sonhos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Palavras silenciosas


Quando não há o que dizer
O silêncio é sensatez
Palavras desprovidas de sentimento,
Verdade ou qualquer tipo de relevância
Palavras desnudas de emoção
E ditas sem o menor tesão
Não são outra coisa, senão palavras
Desconexas, incoerentes, impunes
Palavras e nada mais.