quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A arte soberana


A vida caminha agonizante e quando tropeçamos em alguma pedra tal qual aquela do poeta, no meio do caminho, é que os ponteiros, os malditos ponteiros do relógio, parecem acelerar. Mais uma vez... Lei da Relatividade puríssima! (Sim, eu tenho problemas com ela!)

E não adianta querer correr atrás do tempo perdido. Ele nunca será recuperado. Só nos resta erguer a cabeça e seguir em frente para que possamos fazer das horas seguintes, e pontuais, tempos frutíferos. Por que o tempo não desacelera, muito menos dá uma pausa para que possamos sacudir a poeira, cuidar das topadas, arranhões e feridas. O tempo não fica em standby para que tomemos nossas decisões e coloquemos cada coisa em seu devido lugar, para que possamos amainar nosso espírito.

A vida é isso... um imenso ensaio a céu aberto, repleto de elementos surpresas. Cabe a nós saber quando o drama já não comove e a comédia já não alegra. Cabe a nós a certeza de que o final será sempre uma incógnita, e que em muitos e muitos momentos vamos, sim, precisar improvisar, ter jogo de cintura, aprender a tirar coelhos da cartola, andar em pernas de pau ou na corda bamba, cuspir fogo e fazer malabarismos.

E mais do que isso, cabe a nós o entendimento de que a saída de cena não é uma escolha nossa e talvez seja exatamente a única escolha que, de fato, não nos caiba. É assim que a vida é. Feita de tempos: tempos perdidos, tempos frutíferos e tempos derradeiros. Todos com sua beleza, seus contratempos e suas lições fazem da vida, singular em cada experiência, a maior de todas as artes!

Nenhum comentário:

Postar um comentário