quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Porque o mundo dá voltas...


Eu tinha deixado de acreditar em contos de fadas, príncipes encantados e todas essas coisas que os mais velhos teimam em colocar na nossa cabeça quando ainda somos uns toquinhos de gente. Confesso que demorei muito pra aprender que nem sempre a vida é tão colorida quanto parece, que os bichinhos nem sempre são tão amáveis, que feitiços não resolvem a vida da gente e que príncipes encantados não chegam pra nos salvar de dragões, bruxas más ou torres gigantescas.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Esse é pra vocês!

Pra quem ousar machucar qualquer amiga-irmã. Vai o recado:

(via http://beijodearlequim.blogspot.com/)

Não mexa com as minhas negas. Sério. Não é ameaça, é um alerta. Eu não vou fazer nada porque, no fim das contas, nem tenho tanto saco pra ser inimiga. Sou uma amiga muito mais dedicada. O máximo que posso fazer por ódio é gritar, espernear, te expor ao ridículo e talvez até queimar você com um cigarro (caso eu volte a fumar e circular sem qualquer bom senso, como outrora). Mas, fora isso, sou inofensiva. Perigosas são elas.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Só pra deixar bem claro...

Dispenso julgamentos e conselhos que não tenham sido solicitados por mim. Também não faço a menor questão de saber qualquer tipo de opinião emitida a meu respeito de forma leviana ou rasteira. É isso mesmo, estou falando assim de maneira direta, pois ando sem agüentar as pessoas me apontando qual o comportamento correto, a palavra correta, a roupa correta, o peso correto, a alimentação correta, os amigos corretos, os amores corretos... Chega! Pra que tanta correção, meu Deus? Se é de imperfeição que é feita a vida. Assim também sou eu, imperfeita... imperfeita, mas feliz. Posso?

E o que mais me espanta é a incapacidade que essas tais pessoas que apontam as falhas dos outros tem de olhar para os próprios erros. Quanta hipocrisia! Lógico, olhar para dentro de si é um exercício contínuo, requer paciência, perseverança e muita boa vontade. Muito mais fácil olhar superficialmente para quem está do lado, né?


Até entendo quando isso parte de pessoas queridas, que querem apenas o meu bem. Delas eu escuto com atenção e com o coração, porque convivem comigo e muitas vezes chegam a me conhecer de uma maneira assustadoramente carinhosa. Mas não se enganem. Nem sempre vou absorver tudo o que for dito. Porque elas podem me conhecer de uma maneira assustadoramente carinhosa, mas eu me conheço muito mais. E afinal... a vida é minha! Só eu sei dos meus conflitos internos, dos meus anseios, das minhas nóias.

Não sou mais criança, sempre tive juízo, não é agora que vou deixar de ter. Deixem-me viver a vida da maneira que eu achar que devo viver e que me faz feliz. Diacho de tanta gente pra dar conta de uma só! Portanto, fofoqueiros/hipócritas de plantão, deleitem-se! Eu não admiro gente como vocês e não tenho qualquer motivo para querê-los por perto. Vou continuar fazendo as coisas da maneira como quero e como gosto de fazer, respeitando a minha consciência e só. Esta sou eu. Escancaradamente eu.
“A alegria do pecado às vezes toma conta de mim e é tão bom não ser divina
Me cobrir de humanidade me fascina e me aproxima do céu
E eu gosto de estar na terra cada vez mais
Minha boca se abre e espera o direito ainda que profano do mundo ser sempre mais humano.

Perfeição demais me agita os instintos
Quem se diz muito perfeito na certa encontrou um jeito insosso pra não ser de carne e osso”

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Ainda sobre o desapego...

A Cidade dos poços


Aquela cidade não era habitada por pessoas, como todas as outras cidades do planeta. Aquela cidade era habitada por poços. Poços vivos… mas afinal poços. Os poços distinguiam-se entre si não somente pelo lugar onde estavam escavados, mas também pelo parapeito (a abertura que os ligava ao exterior).

Havia poços ricos e ostensivos com parapeitos de mármore e metais preciosos; poços humildes de tijolo e madeira, e outros mais pobres, simples buracos rasos que se abriam na terra. A comunicação entre os habitantes da cidade fazia-se de parapeito em parapeito, e as notícias corriam rapidamente de ponta a ponta do povoado.

Um dia, chegou à cidade uma «moda» que certamente tinha nascido nalgum pequeno povoado humano. A nova ideia assinalava que qualquer ser vivo que se prezasse deveria cuidar muito mais do interior do que do exterior. O importante não era o superficial, mas o conteúdo. Foi assim que os poços começaram a encher-se de coisas.

Alguns se enchiam de jóias, moedas de ouro e pedras preciosas. Outros, mais práticos, encheram-se de eletrodomésticos e aparelhos mecânicos. Outros ainda optaram pela arte, e foram-se enchendo de pinturas, pianos de cauda e sofisticadas esculturas pós-modernas. Finalmente, os intelectuais encheram-se de livros, de manifestos ideológicos e de revistas especializadas.

O tempo passou. A maioria dos poços encheu-se a tal ponto que já não podia conter mais nada. Os poços não eram todos iguais, por isso, embora alguns se tenham conformado, outros pensaram no que teriam de fazer para continuar a meter coisas no seu interior…

Um deles foi o primeiro. Em vez de apertar o conteúdo, lembrou-se de aumentar a sua capacidade alargando-se. Não passou muito tempo até que a ideia começasse a ser imitada. Todos os poços utilizavam grande parte das suas energias a alargar-se para criarem mais espaço no seu interior.


Um poço, pequeno e afastado do centro da cidade, começou a ver os seus colegas que se alargavam desmedidamente. Ele pensou que se continuassem a alargar-se daquela maneira, dentro em pouco se confundiriam os parapeitos dos vários poços e cada um perderia a sua identidade…

Talvez a partir dessa ideia, ocorreu-lhe que outra maneira de aumentar a sua capacidade seria crescer, mas não em largura, antes em profundidade. Fazer-se mais fundo em vez de mais largo. Depressa se deu conta de que tudo o que tinha dentro dele lhe impedia a tarefa de aprofundar. Se quisesse ser mais profundo, seria necessário esvaziar-se de todo o conteúdo…

A princípio teve medo do vazio. Mas, quando viu que não havia outra possibilidade, depressa meteu mãos à obra. Vazio de posses, o poço começou a tornar-se profundo, enquanto os outros se apoderavam das coisas das quais ele se tinha despojado… Um dia, algo surpreendeu o poço que crescia para dentro. Dentro, muito no interior e muito no fundo… encontrou água! Nunca antes nenhum outro poço tinha encontrado água.

O poço venceu a sua surpresa e começou a brincar com a água do fundo, umedecendo as suas paredes, salpicando o seu parapeito e, por último, atirando a água para fora. A cidade nunca tinha sido regada a não ser pela chuva, que na verdade era bastante escassa. Por isso, a terra que estava à volta do poço, revitalizada pela água, começou a despertar.


As sementes das suas entranhas brotaram em forma de erva, de trevos, de flores e de hastezinhas delicadas que depois se transformaram em árvores… A vida explodiu em cores à volta do poço afastado, ao qual começaram a chamar «o Vergel». Todos lhe perguntavam como tinha conseguido aquele milagre.

— Não é nenhum milagre — respondeu o Vergel. — Deve procurar-se no interior, até ao fundo.

Muitos quiseram seguir o exemplo do Vergel, mas aborreceram-se da ideia quando se deram conta de que para serem mais profundos, se tinham de esvaziar. Continuaram a encher-se cada vez mais de coisas…

No outro extremo da cidade, outro poço decidiu correr também o risco de se esvaziar… E também começou a escavar… E também chegou à água… E também salpicou até ao exterior criando um segundo oásis verde no povoado…

— Que vais fazer quando a água acabar? — perguntavam-lhe.
— Não sei o que se passará — respondia ele. — Mas, por agora, quanto mais água tiro, mais água há.

Passaram-se uns meses antes da grande descoberta. Um dia, quase por acaso, os dois poços deram-se conta de que a água que tinham encontrado no fundo de si próprios era a mesma… Que o mesmo rio subterrâneo que passava por um inundava a profundidade do outro. Deram-se conta de que se abria para eles uma vida nova.

Não somente podiam comunicar um com o outro de parapeito em parapeito, superficialmente, como todos os outros, mas a busca também os tinha feito descobrir um novo e secreto ponto de contacto. Tinham descoberto a comunicação profunda que somente conseguem aqueles que têm a coragem de se esvaziar de conteúdos e procurar no fundo do seu ser o que têm para dar…

Anônimo (a)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Porque somos indefiníveis...

Noto que muitas pessoas, assim como eu, tem procurado compreender um pouco melhor a arte do desapego.  Não só compreender, mas praticá-la. Inquieta, tentei traduzir em palavras tudo o que eu gostaria que alguém um dia tivesse comentado sobre o assunto, tão abstrato que ele parece ser. Testei várias possibilidades e entre tantas que pensei, deparei-me com uma que não foi escrita por mim, mas que, sem dúvida, define exatamente uma das maravilhosas facetas desse desapego que tanto me tem instigado. Afinal, o desapego nada mais é do que algo que deve ser sentido e não apenas descrito. Ficamos então em boas mãos, não tenham dúvidas. Deleitem-se com a gloriosa Clarice:

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A quem desinteressar possa...

Não sei ao certo sobre o que estou escrevendo, o fato é que preciso arrancar de dentro de mim qualquer porção de sentimento que me deixe mais leve, seja ele ódio ou amor, pena ou compreensão, euforia ou tédio. O sentir demasiado está corroendo minhas estruturas e já nem sei mais distinguir um sentimento do outro, nem o que me faz bem do que me faz mal.

Sinto-me como uma formiga que acaba sucumbindo debaixo de um fardo que parecia tão leve e lhe serviria de alimento por tanto tempo. Morreu por acreditar demais na força que os outros lhe atribuíam e que ela começou a acreditar que de fato tinha. Morreu por não saber seus próprios limites diante de alimento tão convincente. Morreu por não saber dar uma resposta negativa a quem lhe pediu tamanho sacrifício.

Não quero ser forte. Não quero sorrir “quando tudo terminar, quando nada mais restar do meu sonho encantador”*. Quero chorar e só parar quando tiver vontade, mesmo que achem que já chorei o suficiente, e sem medo de decepcionar quem quer que seja. Quero esgotar tudo o que tiver pra esgotar, colocar um ponto final em todas as histórias que já deveriam fazer parte do passado e não fazem porque eu não soube lhes atribuir o devido lugar na prateleira do esquecimento. Quero poder estar renovada e leve para abraçar um futuro com mais coerência, sem tantas ilusões e suas consequentes desilusões.

Quero entender que nasci só e morrerei só. Que minhas alegrias, meus amores, minhas dores, meus aprendizados e decepções só cabem a mim, pois só eu pude sentir a importância de cada momento e afinal de contas eles são meus e de ninguém mais! As decisões, por conseguinte, devem ser minhas, deveriam ser minhas. Deveriam... Quando se está tão confuso como estou agora, os outros acabam tomando essas decisões por mim. Quero retomar as rédeas da minha vida, preciso disso! Mas por onde começar?

Eu queria entender tudo isso... e é por não compreender que estou aqui escrevendo e compartilhando com não sei quem o que talvez não devesse ser compartilhado. A prática parece tão distante da teoria... O desabafo está chegando ao fim e ainda me sinto pesada. Parece-me que minha terapeuta terá muito trabalho esta semana. “Aponta pra fé e rema!”**

*Charles Chaplin
**Marcelo Camelo

terça-feira, 6 de julho de 2010

Divagações pré-balzaquianas...

"E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?" (Renato Russo)


Fiz 27 anos no dia 1º de junho e isso não foi o suficiente para que eu me animasse a atualizar o Blog. Porque embora tudo estivesse indo bem, andava me faltando a danada da intensidade que me inspira e me faz querer explodir nas teclas do computador tudo aquilo que me põe feliz ou triste. Este fim semana, em poucos minutos, como parecem ser todos os grandes momentos da vida, este lampejo de intensidade voltou a mim e ocupou o lugar de onde nunca deveria ter saído. Pois sem ela sou apenas uma pessoa qualquer, sem muito o que dizer, sem grandes opiniões, sofrimentos ou causas a defender.

E eu não vou relatar aqui o motivo desse retorno, não é nada grandioso (pelo contrário)... não valeria à pena. Mas vale, sim, relatar as consequências dele em mim. Sempre que resolve surgir me sinto um pouco mais madura e segura de quem ou do que sou. Reconheço-me em mim mesma, nas minhas fraquezas e nas minhas fortalezas, sem máscaras, nem cartas marcadas, apenas eu. Frágil e forte ao mesmo tempo. Criança e madura. Paciente e estourada. Eu. Apenas eu. E como é bom saber que apesar desses 27 anos que se passaram eu não perdi a minha essência!

Sim, aprendi umas tantas coisas, revisei outros tantos conceitos. Mas quando me deparo encarando de frente a danada da intensidade, um troço que vem não sei de onde me rasga por dentro, e só aí eu percebo que continuo sendo a mesma Carol. Não sei se isso agrada quem está ao meu redor, também, pra ser sincera, não é essa a minha preocupação. Mas é quando isso acontece que os valores que eu carrego dentro de mim parecem reluzir, que eu recordo dos aprendizados mais remotos e em mim aflora um certo temperamento que é imutável ao longo dos anos.

Percebo que nada disso depende de idade ou circunstância, mas cada uma dessas sensações cognitivas é responsável por formar, em virtudes e defeitos, esta que vos fala. E repito: Isso pode agradar a alguns e desagradar a outros. Mas sou eu, apenas eu, capaz de sofrer e ser feliz sem esquecer quem de fato eu sou. E isso não acontece porque sou forte, como acreditam alguns. Acontece por que eu não desisto de mim. Jamais desistirei. É só.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Decifra-me!

Eis a resposta para a luminosidade da minha pele e do meu cabelo, da minha disposição em consertar o que estava errado e aperfeiçoar o que já andava nos eixos, da minha fé no ser humano e no amor mais clichê que possa existir... e por que a canção abaixo já diz tudo o que eu gostaria de ter escrito neste exato momento, não há mais o que ser dito.

O ÚLTIMO ROMANCE
(Los Hermanos / Composição: Rodrigo Amarante)


Eu encontrei quando não quis
Mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr'eu merecer
Antes um mês e eu já não sei

E até quem me vê lendo o jornal
Na fila do pão, sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena

Ah vai!
Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
A fim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola

Eu encontrei e quis duvidar
Tanto clichê deve não ser
Você me falou pr'eu não me preocupar
Ter fé e ver coragem no amor

E só de te ver eu penso em trocar
A minha TV num jeito de te levar
A qualquer lugar que você queira
E ir onde o vento for
Que pra nós dois
Sair de casa já é se aventurar

Ah vai, me diz o que é o sossego
Que eu te mostro alguém a fim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
Eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Tempo morto e outros tempos


"Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro nem nas idéias, nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental" 
(Gilberto Freyre)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Amor ao primeiro beijo


Um desejo.
Uma implosão.
Realidade abstrata,
díspar, empírica.

Um coração inquieto
acelera em descompasso,
sobressaltado.
Melodia desritmada.

De um salto
lábios mornos alcança.
E em outros molhados
Vai explodir.

Outra explosão.
Outro coração.
Outra implosão.
Uma união.

Duas realidades distintas
E um só sofrimento.
Uma só alegria.
Um só amor...

segunda-feira, 22 de março de 2010

Raio-X de mim...

Sou sossego e euforia. Alegria e melancolia. Presente e nostalgia. Às vezes atracadouro, outras um vôo de asa delta. Às vezes mar bravio, outras lago sereno. Às vezes contradição, outras coerência. Sou paciente, mas nem sempre e nem com todos. Sou inquieta. Prefiro o inusitado, mas gosto da segurança que a rotina proporciona. Não tenho medo de amar, nem de sofrer. Não gosto de sofrer, ninguém gosta. Mas não tenho medo. Não tenho a mesma convicção com dores físicas, não suporto dor de cabeça, dor de garganta, dor de barriga, dor muscular. Sou quase hipocondríaca. Sou forte, mas não tanto como julgam. Gosto de dançar, amo dançar e seria realizada se pudesse ganhar a vida dessa forma, mas não danço bem o suficiente pra isso. Não me importo, continuo dançando.

Não sou do violino, sou da percussão. Sou do Natal e do Carnaval. Sou praia e sol. Não sou campo e chuva, a menos que eu esteja em excelente companhia. Sou de casa e sou do mundo. Sou intensa. Queria ser menos, mas não consigo, não sei ser de outro jeito. Não aprendi... ou não quis aprender... vai saber! Sou intensa, sim, mas tenho meus limites. Não gosto de excessos, pois aprendi desde cedo que tudo em excesso é sobra. Tenho uma trilha sonora para cada momento da minha vida. Sou Maysa e Lady Gaga. Decoro músicas com facilidade. Por falar nisso, amo cantar, mas também não sou boa o suficiente. Não me importo, continuo cantando.

Às vezes sou 220W, outras 110W. Tá... sou confusa, sim, mas quem não é? Costumo ser autoritária, mas sei pedir por favor, com licença e dizer muito obrigada. Tenho muito dos meus pais e sou plenamente consciente disso. Devo 90% do que sou a eles. O resto aprendi com o mundo. Sou ciumenta. Sou eternamente carente e extremamente romântica. Amo bichos de pelúcia, flores e animais de estimação. Adoro estar em companhia dos meus amigos. São poucos, mas os melhores. Sou apaixonada por colo, ritmos, toque e sabores. Quero namorar, noivar, casar e ter filhos. Amo fazer tudo ou nada com meu namorado. Não tenho problema com quase nenhum tipo de comida. Não tenho mesmo... Adoro comer! Tenho risada escandalosa.  Gosto de escrever, amo escrever apesar de não ser boa o suficiente. Não me importo, continuo escrevendo.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Vou te dizer o que é polêmica!


- Polêmica é um corinthiano no meio da torcida do Palmeiras com um porta-retrato do Richarlysson.

- Polêmica é colocarem um albino pelado na neve navegando num Mac.

- É um negro muçulmano filho de republicanos com ideias liberais que acabou de fazer uma charge esculachando Maomé.

- Polêmica é fazer um churrasco de vaca numa laje na Índia e convidar uma família local depois de ter mijado no Rio Ganges junto de um paquistanês.

- É cuspir no prato que comeu na Etiópia!

- Polêmica é chamar um pedófilo para cuidar da mais nova sede de uma creche municipal com a presença do padre da paróquia e mais 10 coroinhas.

- É gritar “vai tomar no cu, Hu Jintao!” no meio da Praça da Paz em Pequim vendendo ações do Google coberto por um casaco de pele feito de pandas.

- Polêmica é ir a Cuba com um americano e pedir ajuda governamental para treinar equipe de nadadores e remadores olímpicos.

- É levar até Brasília patrocinado pela Sthil um abaixo assinado com 100 mil páginas pela preservação da Amazônia.

- Polêmica é um judeu de mãos dadas com um travesti passeando no centro de Teerã com uma camisa I LOVE USA.

- É convidar para uma festa mensaleiros do PT e do DEM com cobertura da Veja e patrocínio da LUPO.

- Polêmica é uma mesa redonda com blogueiros para falar de sexualidade com transmissão ao vivo via internet discada.

ISSO SIM É POLÊMICA!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Hoje ela sabe...

Não há muito o que dizer. Por mais que queira, palavras jamais conseguiriam descrever a sutileza da felicidade que ela tem vivido. Mas ainda assim ela insiste. Senta-se em frente ao computador e escorrega os dedos pelos teclados, muito naturalmente, quase como se estivesse em transe.

Sim, ela descobriu o quão sutil é a felicidade, que nem sempre a encontramos em grandes gestos ou em ações extraordinárias, mas nas singelezas que se escancaram à frente de quem se propõe a enxergar a vida com novos olhos. É isso. É assim que ela se sente, como uma míope que põe os óculos pela primeira vez e nota os traços mais firmes, as cores mais vivas, os limites mais reais.

Não que já não fosse feliz. No fundo nunca teve muito o que reclamar da vida. Tinha uma família acolhedora, bons amigos, um emprego razoável e um cão leal. Mas faltava-lhe uma graça, e não adiantava perguntar a ela que graça seria essa, pois ela não saberia dizer. Antes, não. Hoje, sim.

Faltava-lhe aquele amor que deixa a pele mais bonita, que faz você deitar 1h da madrugada e acordar às 6h30 na maior disposição, como se tivesse dormido as 8 horas completas recomendadas pelos especialistas.

Faltava-lhe o amor que não enche o coração de medo, mas encoraja, enaltece seu potencial, sem concorrências desnecessárias. O amor que enterra os pesadelos e recheia de sonhos as noites e os dias. Aquele amor que consegue levar a cidadã para a academia mesmo que ela sempre tenha gritado aos quatro cantos que odiava musculação. Agora ela malha sorrindo.

Faltava-lhe o amor que nos faz desejar um carnaval breve e uma semana santa longa. E que chegue logo a semana santa! O amor correspondido à altura, que a simples presença faz o coração dançar uma rumba, que amolece com um olhar, encanta com um sorriso e apaixona com um toque.

Faltava-lhe o amor que não afoba, amaina; que não tira o fôlego, melhora a respiração. O amor que planeja em conjunto, que coloca as finanças em dia e a faz preferir passar o fim de semana em um sítio do interior a ir para aquela balada que em outras épocas seria imperdível...

Hoje ela sabe o que faltava. Faltava. Não falta mais.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Em tempos de carnaval...


ARLEQUIM DESCONHECIDO
(Ivan Lins)

"Quem brincará?
Quem dançará?
Quem sairá de arlequim?
Quem tocará?
Quem chorará?
Quem gemerá seu bandolim?
Quem terá a ousadia que tem o palhaço?
Quem terá seu encanto, seu riso tão fácil?
Quem terá o ofício bonito?
Quem terá esse vício bendito
pra fazer minha gente feliz novamente?
Quem brincará?
Quem dançará?
Quem sairá de arlequim?"

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Estava aqui pensando com meu botões...

Por que as pessoas têm tanto medo de dizer EU TE AMO!? Amor é estado de espírito, nós não precisamos de tempo, motivo ou circunstâncias para amar. Nós amamos e ponto. Podemos muito bem conhecer alguém em uma noite e depois de 3 horas de conversa estarmos completamente apaixonados, como também às vezes passamos anos a fio com uma pessoa e só depois que tudo acaba é que descobrimos que o sentimento não era tão verdadeiro como parecia. Simples assim, sem manuais, regras, formulários ou qualquer burocracia...

Então... por que colocar empecilhos para dizer “Eu te amo!” quando, de fato, esse sentimento está nos envolvendo? Parece-me que as pessoas têm um pouco de medo porque acham que dizendo isso a alguém estão assinando um contrato de posse, fidelidade e atenção exclusiva e eterna. Ora... convenhamos... amor é lindo quando dura para sempre, mas isso, não sejamos utópicos, é muito raro acontecer e isso não o torna menos verdadeiro. Como já diria Arnaldo Jabor um relacionamento passa por alguns estágios: conquista, paixão, amor, amizade, respeito, fim. Quando um acaba vai restando o outro e a gente precisa passar por todas as fases para que não tenhamos dúvida alguma sobre o que poderia ter sido e não foi.

Deixemos o medo de lado! Já temos tantos outros medos que temos que enfrentar todos os dias: medo da violência, medo da inadimplência, do fracasso, da solidão... “Eu te amo!” é algo lindo de ser ouvido e nobre de ser dito. Parafraseando Vinícius de Moraes: que seja eterno enquanto dure, que dure para sempre... mas se não durar, já vai ter valido muito a pena termos amado ao menos uma vez na vida. E tenho dito.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Não é conselho... é colaboração!


Quando eu for bem velhinha, espero receber a graça de, num dia de domingo, me sentar na poltrona da biblioteca e, bebendo um cálice de vinho do Porto, dizer a minha neta:

- Querida, venha cá. Feche a porta com cuidado e sente-se aqui ao meu lado. Tenho umas coisas pra te contar.

E assim, dizer apontando o indicador para o alto:

- O nome disso não é conselho, isso se chama colaboração! Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões. E agora, do alto dos meus 82 anos, com os ossos frágeis, a pele mole e os cabelos brancos, minha alma é o que me resta saudável e forte. Por isso, vou colocar mais ou menos assim:

É preciso coragem para ser feliz. Seja valente.

Siga sempre seu coração. Para onde ele for, seu sangue, suas veias e seus olhos também irão. Mas lembre-se: isso não significa que você não possa e não deva ser ponderada. Saber recuar não é sinônimo de fraqueza. É sabedoria.


Planejar é preciso, mas adversidades serão sempre inevitáveis. O importante é ter foco, saber onde se quer chegar, sem esquecer de que às vezes será preciso parar para ajudar o companheiro ao lado. Em algum momento ele retribuirá o carinho, naturalmente.

Seja caridosa, não seja tola.

Faça orações, mas não apenas quando estiver aperriada. Mesmo que não saiba exatamente com quem está falando, agradeça. Não somente pelas grandes conquistas, mas por cada pequena coisa do seu dia que a deixa feliz. São elas que mantém acesa a sua vontade de viver.

Satisfaça seus desejos. Esse é seu direito e obrigação.

Entenda que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer, mas escolha entre ser uma grande menina ou uma menina grande, vai depender só de você.

Tenha poucos e bons amigos. Tenha filhos. Tenha um jardim. Crie um animal de estimação. Aproveite sua casa, mas vá a Angra dos Reis, Salvador, João Pessoa... Também conheça outros países.

Cuide bem dos seus dentes. Não dê tanta atenção aos problemas, caso contrário eles se tornam maiores do que realmente são. Mas veja bem... Isso não significa que você deva engavetá-los, obstáculos existem para serem superados.

Experimente, mude, corte os cabelos. Repique!


Ame. Ame pra valer, mesmo que ele seja o garçom ou aquele taxista que te pegou no aeroporto. Não corra o risco de envelhecer dizendo "ah, se eu tivesse feito...". Tenha uma vida rica de vida. Vai que o carinha ganha na loteria - tudo é possível, e o futuro é imprevisível.

Viva romances de cinema, contos de fada e casos de novela.

Faça sexo, mas não sinta vergonha de preferir fazer amor.

E tome conta sempre da sua reputação, ela é um bem inestimável. Porque, sim, as pessoas comentam, reparam, e se você der chance elas inventam também detalhes desnecessários.

Se for casar, faça por amor. Não faça por segurança, carinho ou status.

A sabedoria convencional recomenda que você se case com alguém parecido com você, mas isso pode ser um saco! Para ter sucesso nessa questão, acredite no olfato e desconfie da visão. É o seu nariz quem diz a verdade quando o assunto é paixão.


Declare-se! Não tenha medo de dizer que ama.

Leia, pinte, desenhe, escreva. E por favor, dance, dance, dance até o fim, se não por você, o faça por mim. Cante no chuveiro. Não tenha vergonha de ser feliz, mas também não saia alardeando sua felicidade aos quatro cantos. Coisas do coração só cabem a ele, a ninguém mais.

Livre-se dos 'pré-conceitos'. Eles só servem para engessar, para não nos deixar enxergar o que, de fato, é essencial nos outros. Tente não julgar as pessoas, mas saiba que em algum momento da vida você será julgada.

Compreenda seus pais. Eles te amam para além da sua imaginação, sempre fizeram o melhor que puderam, e sempre farão. Existe muito mais deles em você do que sua razão pode supor.

Cultive os amigos. Eles são a natureza ao nosso favor e uma das formas mais raras de amor. Compreenda que nem toda amizade verdadeira dura para sempre, mas, sim, o tempo suficiente para provocar mudanças em sua vida.

Não cultive as mágoas - porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que um único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza. E mágoa só faz mal para quem sente.

Era só isso minha querida. Agora é a sua vez.

Por favor, encha mais uma vez minha taça e me conte: Como vai você?


Adaptação do texto "Da minha precoce nostalgia", de Maria Sanz Martins.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A arte soberana


A vida caminha agonizante e quando tropeçamos em alguma pedra tal qual aquela do poeta, no meio do caminho, é que os ponteiros, os malditos ponteiros do relógio, parecem acelerar. Mais uma vez... Lei da Relatividade puríssima! (Sim, eu tenho problemas com ela!)

E não adianta querer correr atrás do tempo perdido. Ele nunca será recuperado. Só nos resta erguer a cabeça e seguir em frente para que possamos fazer das horas seguintes, e pontuais, tempos frutíferos. Por que o tempo não desacelera, muito menos dá uma pausa para que possamos sacudir a poeira, cuidar das topadas, arranhões e feridas. O tempo não fica em standby para que tomemos nossas decisões e coloquemos cada coisa em seu devido lugar, para que possamos amainar nosso espírito.

A vida é isso... um imenso ensaio a céu aberto, repleto de elementos surpresas. Cabe a nós saber quando o drama já não comove e a comédia já não alegra. Cabe a nós a certeza de que o final será sempre uma incógnita, e que em muitos e muitos momentos vamos, sim, precisar improvisar, ter jogo de cintura, aprender a tirar coelhos da cartola, andar em pernas de pau ou na corda bamba, cuspir fogo e fazer malabarismos.

E mais do que isso, cabe a nós o entendimento de que a saída de cena não é uma escolha nossa e talvez seja exatamente a única escolha que, de fato, não nos caiba. É assim que a vida é. Feita de tempos: tempos perdidos, tempos frutíferos e tempos derradeiros. Todos com sua beleza, seus contratempos e suas lições fazem da vida, singular em cada experiência, a maior de todas as artes!