segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Porque somos indefiníveis...

Noto que muitas pessoas, assim como eu, tem procurado compreender um pouco melhor a arte do desapego.  Não só compreender, mas praticá-la. Inquieta, tentei traduzir em palavras tudo o que eu gostaria que alguém um dia tivesse comentado sobre o assunto, tão abstrato que ele parece ser. Testei várias possibilidades e entre tantas que pensei, deparei-me com uma que não foi escrita por mim, mas que, sem dúvida, define exatamente uma das maravilhosas facetas desse desapego que tanto me tem instigado. Afinal, o desapego nada mais é do que algo que deve ser sentido e não apenas descrito. Ficamos então em boas mãos, não tenham dúvidas. Deleitem-se com a gloriosa Clarice:

"Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão.
Tranqüilidade e inconstância, pedra e coração.
Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono.
Música alta e silêncio.
Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser.
Não me limito, não sou cruel comigo!
Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca"

(Clarice Lispector)

Precisa falar mais alguma coisa? Diga, vá...

Um comentário:

Edson Costa disse...

OI Carol,
Adorei este post! O desapego é, de fato, uma arte, uma vez que é algo muito difícil de praticar. A citação de Clarice Lispector é perfeita e neste momento um tanto oportuna para mim. Bjos

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