Porque o mundo dá voltas...

Eu tinha deixado de acreditar em contos de fadas, príncipes encantados e todas essas coisas que os mais velhos teimam em colocar na nossa cabeça quando ainda somos uns toquinhos de gente. Confesso que demorei muito pra aprender que nem sempre a vida é tão colorida quanto parece, que os bichinhos nem sempre são tão amáveis, que feitiços não resolvem a vida da gente e que príncipes encantados não chegam pra nos salvar de dragões, bruxas más ou torres gigantescas.

Aprendi isso tudo caindo de cara no chão, arrebentando as fuças, os dentes... machucando a alma e o coração. Mas sempre fiz questão de sacudir a poeira e tentar novamente. Não podia acreditar que aquilo tudo que me contavam quando era criança não tivesse nem uma pontinha de verdade. Não é possível! Como podem nos enganar tanto assim?

Caí, levantei, caí, levantei, acreditei, caí de novo e levantei mais uma vez já sem tantas convicções. E quando tudo parecia se desvanecer, chega alguém e me lembra aquela velha história da Rapunzel. E eu percebo que apesar dos meus cabelos curtos, assim como ela eu estava trancada em uma torre, a torre das minhas próprias mágoas, dos meus próprios ressentimentos e com medo de encarar de frente o inesperado que o futuro nos reserva.

Recordei e que boa surpresa eu tive! Não existiu fada madrinha, bruxa malvada, cavalo branco, nada disso. Existiu, sim, encantamento. Daqueles que nos fazem acreditar novamente que é possível viver algo do tipo “Felizes para sempre...”. Meu príncipe não mora em castelo, não usa vestes reais, não tem títulos, fazendas, nem cabelo engomado, mas é o meu príncipe, tem coração de príncipe e é de carne e osso. Ele é o meu conto de fadas real. Com ele me sinto princesa. Pra mim basta.