terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Assim é ela...

Nada nela é diminuto, sutil ou medíocre. É grande, extravagante, exagerado. Palavras não lhe são suficientes, costuma complementá-las com gestos longos e contínuos, cadenciados de acordo com o ritmo e o tom de voz que a conversa impõe. O sorriso, o espirro, a tosse, o pigarro, nada nela é contido. Tudo soa como se saísse expulso aos pontapés.

Quando sofre, entrega-se. Recolhe-se em um canto minúsculo criado por ela mesma ainda na infância, um lugar onde os movimentos ficam restritos, o pensamento acelera e todas as lágrimas são absorvidas para logo depois se tornarem minúsculas partículas de nuvens. Nuvens que a protegem de outros males que venham a lhe atraiçoar e logo em seguida se precipitam em novos sonhos.

Quando está feliz, entrega-se. Olhos, boca, nariz, orelhas, coração, rins, fígado, pulmões e todo o resto de suas entranhas gargalham em harmonia. Os movimentos se tornam ainda maiores. Ela não anda, dança. Não fala, canta. Expande-se rumo a outros lugares também inventados por ela, que não possuem fronteiras nem qualquer tipo de censura. Tudo é divino maravilhoso – como certa vez, antes do refrão, cantou um antigo compositor baiano.

Para ela, a plenitude da vida cabe em minutos. Segundos insaciáveis, clamados, sentidos sem descanso e sem limites. Minutos vividos em essência e só.
 

Um comentário:

Ewertton Nunes disse...

Quero conhecer "ELA"... Acho que habitamos em uma dimensão parecida. Tenho certeza que ela adoraria conhecer A CIDADE DOS SONHOS e lá confirmar que viver a realidade é que é desnecessário.

Lindo! Parabéns!

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